Responsabilização da criança
O Colégio do Vale, ao longo destes anos de experiência educativa, tem-se pautado numa educação que fomente valores para uma sociedade melhor, tais como autonomia, responsabilidade e resiliência. Acreditamos que são estes três alicerces que formam um bom cidadão e um cidadão competente.
É um grande desafio desenvolver estes valores nas nossas crianças e jovens e só é possível se não dissociarmos a Família da Escola.
Em contexto escolar é expetável que os alunos façam as suas escolhas, desenvolvam tarefas de forma autónoma, encontrem soluções para os desafios que lhes surgem.
Na escola promovemos o saber ouvir, o saber esperar e também o saber intervir e saber partilhar.
Embora neste processo as crianças/jovens percebam as suas capacidades, desenvolvam a sua autonomia e competências emocionais, necessitam de mais.
Necessitam que os Pais/Família também desenvolvam estas competências com a aplicação de exigência, controlo das metas, com o estipular de compromissos, negociando com assertividade e, muitas vezes, contrariando os filhos/as.
É certo que a rotina diária, os compromissos laborais e todas as tarefas que os pais abraçam todos os dias, tornam este processo muito cansativo.
Por vezes, o amor e o afeto é o que prevalece e, facilmente, quase sem se dar por isso, desresponsabiliza-se a criança/jovem ou faz-se por ele só para ser mais rápido ou para manter um ambiente tranquilo e de amor.
Podemos refletir que os extremos são sempre negativos. Ser amoroso e permissivo, tem tantos efeitos negativos como ser exigente e rude. Traz ansiedade, insegurança e desajuste comportamental ao contexto por parte das crianças.
É verdade que ser apenas carinhoso ou ser apenas exigente não chega, no que diz respeito a preparar cidadãos para o futuro.
Torna-se uma balança difícil de gerir, educar com amor e com firmeza.
A única forma de equilibrar esta balança é com o estabelecimento de relação e com comunicação familiar. Apenas com estes ingredientes, a criança ou jovem consegue percecionar o amor dos pais nas exigências do dia a dia, integrando em si a necessidade de as cumprir.
Com um mundo cada vez mais tecnológico, é imprescindível investir na comunicação no seio familiar, cultivar hábitos de sentar e reunir em família, ouvir os filhos e os filhos ouvirem os pais, conseguir expressar a profundidade de determinados contextos e estados de espírito, o que ajuda a clarificar as expectativas de cada elemento da família.
É certo que não há limites para amar, desde que se ame com limites.
Luís Caldeira
(Psicólogo Clínico e Educacional)
Ced 24556
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