A língua Portuguesa não é nada facilitadora. Muitos fonemas idênticos, muitos fonemas para uma só letra, várias letras com o mesmo fonema, letras sem fonemas, sons nasais, sons orais... Toda uma mistura para uma só criança em tempo contado!

É por estas e outras razões que esta aprendizagem que tanto nos é essencial para o percurso académico e para a vida, deve ser progressiva, dinâmica, tranquila e respeitada. A preparação para esta aquisição é iniciada assim que entramos na escola, ainda no Jardim de Infância, de forma inconsciente. Rimar, cantar, contar as sílabas, brincar com as palavras, é muito mais do que apenas atividades do pré-escolar, mas sim, atividades essenciais para desenvolver requisitos fundamentais para este processo complexo.
Tudo o que envolve a criança, tem impacto na mesma e por isso, a aprendizagem da leitura e da escrita, embora um processo que cabe a todos, é também individual. Cada criança é uma criança. Os estilos de aprendizagem (visual, auditivo e/ou cinestésico), as experiências de cada uma, o ambiente estimulante que a rodeia, a sua maturidade, o seu desenvolvimento psicomotor, emocional, cognitivo e linguístico são elos fulcrais. Então, se por ela só, a aprendizagem da leitura e da escrita é já algo complexo, quando surgem fragilidades nestes fatores, o processo torna-se ainda mais árduo e trabalhoso.
É neste sentido, que surge a reeducação como intervenção, procurando facilitar este processo, revestindo-o não só de estratégias diferenciadas, mas também de instrumentos e técnicas especializadas de estimulação da aprendizagem, introduzindo métodos mais adequados a cada criança.
Cada plano de reeducação é individualizado e específico e envolve três variantes multidisciplinares, a neurológica, a psicológica e a pedagógica, sendo por isso essencial trabalhar-se em equipa. Uma avaliação prévia ao processo não é obrigatória, mas é de facto o melhor “pontapé de saída” para delinear objetivos específicos de acordo com as causas das dificuldades e assim permitir uma direção mais certeira para uma intervenção mais eficaz.
Reeducar é explorar potencialidades e, com elas, resolver fragilidades.
Reeducar é dar oportunidade de se sentir capaz.
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