A construção de laços é uma linguagem universal.
Seja qual for o contexto ou o motivo, mudar para um país estrangeiro é sempre um desafio, principalmente quando essa mudança implica aprender uma nova língua, contactar com uma nova cultura.
Ano após ano, o Colégio do Vale tem recebido cada vez mais novos alunos, vindos de diferentes partes do mundo, jovens que procuram na nossa instituição uns braços abertos que lhes permitam uma apresentação à nova comunidade em que ficam inseridos.
Na Creche e Jardim de Infância a adaptação é muito natural, pois as crianças chegam muito pequenas, prontas a aprender com todos os estímulos exteriores que as rodeiam, aprendendo e ensinando, partilhando brincadeiras e construindo rapidamente laços que ficarão para sempre. A equipa procura que todas as crianças, de uma forma natural e lúdica, aprendam palavras simples, um vocabulário básico (mas essencial) que permita uma fácil integração no grupo e na rotina diária. Quando as crianças são um pouco mais crescidas, torna-se também possível partilhar tradições e histórias dos seus países de origem, o que proporciona momentos muito ricos de partilha e de aprendizagem.
Os alunos do Ensino Básico também têm um acompanhamento próximo e individualizado, apesar de não estarem sempre com a mesma equipa dentro da sala. Os alunos de nacionalidade estrangeira que não falam português são encaminhados para as aulas de Português Língua Não Materna, para que rapidamente adquiram vocabulário que lhes permita contactar com os colegas e compreender as matérias que são lecionadas nas diferentes disciplinas. Nestas idades, no entanto, nem sempre a adaptação é pacífica, pois os jovens deixaram o seu país, os seus amigos e, por vezes, têm mais dificuldade em relacionar-se, mostrando-se emocionalmente mais fragilizados e fazendo alguma resistência à mudança, sendo necessário promover momentos que estimulem a integração e o convívio ou, em alguns casos, também pode ser promovido um acompanhamento do Gabinete de Psicologia.
Deste modo, o Colégio do Vale procura promover atividades, onde os próprios alunos fazem a gestão do seu processo de integração, desenvolvendo projetos nas várias disciplinas (mais teóricas ou mais artísticas), podendo participar no núcleo de teatro do Colégio ou até participando em programas de tutoria de forma a construir uma comunidade educativa aberta, onde as estruturas de acolhimento também fornecem ferramentas para que sejam os próprios alunos a procurar esse acolhimento.
Não podemos negar que o desafio é grande, mas as oportunidades ainda são maiores, uma vez que um ambiente escolar multicultural tem um valor educativo, cívico, social e cultural que ultrapassa os muros da escola, uma vez que estes jovens imigrantes estão a preparar-se para serem os futuros cidadãos deste país e importa que os alunos estrangeiros se sintam bem-vindos e valorizados.
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